segunda-feira, 29 de junho de 2015

palavrinhas mágicas.

- mamain-nhê, me dá bolinho?
- como se fala, filha?
- obrigada!
- não. você está pedindo...?
- licença!
- licença é pra passar. você está pedindo 'por fá...'
- papel!
- ...
- maimain-nhê, me dá bolinho?
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'té lê?' - pedia a bebê-turning-menininha enquanto (per)seguia qualquer adulto da casa com o livro na mão.

'Leia!' - ordena a menina-rainha jogando a obra escolhida no colo do leitor da vez dando a ele pouca ou nenhuma chance de resposta.

de onde surgiu este imperativo? onde foi parar o por favor?

ela fica mais ariana a cada dia que passa.

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quarta-feira, 3 de junho de 2015

mãe-avestruz.

são inúmeras e hilárias! as histórias que ouvimos de criança colocando os pais em situações de saia-justa. como qualquer fase, eu sabia que meu dia chegaria. como vários marcos da vida dela, veio antes do que eu esperava. não pensei que seria assim tão cedo. com 2 anos e 2 meses, Dora me fez desejar ser um avestruz pra poder enfiar a cabeça num buraco no chão. Tudo o que eu queria era su-mir.

entramos no metrô. uma senhora nos cede o lugar. normalmente eu não aceitaria vindo de alguém mais idoso, mas a combinação carro-cheio-com-duas-sacolas-e-criança não me permitiu tal educação, aceitei. a senhora ficou por ali puxando papo com Dora, que dividia sua atenção entre sua boneca e suas botas, ela não tava mesmo muito afim de papo. eu, tentando retribuir a gentileza da senhora, estimulo um diálogo: “filha, a senhora está falando com você, por que não dá boa noite a ela e agradece por nos ceder o lugar? Diga: obrigada, senhora”. Dora olha pra mim, olha pra senhora, mete o dedo na barriga da senhora e exclama para quem quisesse ouvir naquele vagão lotado “téin neném atí, mamain!? teeein!?”

preciso dizer que não tinha?

desnecessário, filha. desnecessário.