terça-feira, 27 de outubro de 2015

#primeiroassédio

todas nós temos histórias de um primeiro assédio. todas nós temos histórias de muitos outros assédios mais. eles vieram de pessoas que deviam nos amar e nos proteger, mas que nos marcaram pra sempre com cenas que acabamos guardando lá no fundo da memória para que nunca sejam lembradas. vieram de completos estranhos que acham que não fizeram nada demais com aqueles olhares, palavras ou toques.

me embrulha o estômago pensar nas grandes chances que minha filha tem de passar por isso, de sentir o mesmo medo, constrangimento, nojo e culpa que eu senti por tantas vezes, por tanto anos. será que ela também vai demorar mais de vinte anos para entender que a culpa não é dela, que não é ela a se sentir constrangida, que não é ela a pessoa nojenta daquele contexto, que ela não precisa sentir medo? e, mais importante de tudo, será que precisa demorar décadas para que ela entenda que não precisa se calar diante disto?

vamos contar sobre o #primeiroassédio, o segundo, o terceiro, o décimo oitavo, o trigésimo! vamos falar sobre isso! até que fique bem claro que não é 'só uma cantada', que a menina de doze anos não é uma 'novinha' e que o corpo de uma mulher pertence a ela e somente a ela.

deu pra entender ou quer que desenhe?

Um comentário:

  1. essa semana li um bocado das hashtags, vi uns vídeos, li umas matérias. o foda é que näo é surpresa nenhuma, porque como tu falou TODAS nós temos histórias pra contar. mas é difícil näo embrulhar o estômago.
    mas é um passo. é acabar com o silêncio agora pra talvez a dora näo ter mais história pra contar.

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